Profissionais de saúde apaixonados pela profissão fazem diferença
Adriana Mendonça, por exemplo, deixou a família em São Paulo para se tornar médica da família em uma comunidade carente em Florianópolis, SC.
A médica de família Adriana Mendonça, de Florianópólis, a pediatra Silvia Brandalise, que atende crianças com câncer, em Campinas e o cirurgião Carlos Roxo, do Rio de Janeiro são médicos que fazem a diferença.
Adriana sempre soube que tipo de médica queria ser: médica de família, que era sua vocação, sua paixão. Paulista, esta paixão levou Adriana para longe de casa. A família até chorou quando ela disse que iria para Florianópolis.
E ela não foi atrás de um hospital novinho em folha, com equipamentos de última geração. Ela escolheu Florianópolis porque a capital catarinense é referência na chamada atenção básica, que é o atendimento oferecido nos postos de saúde.
Faz quatro anos que ela é a doutora Adriana no Posto do Monte Cristo, uma das comunidades mais carentes de Florianópolis. “A atenção básica, bem feita, com bons profissionais, com bom investimento, consegue resolver de 80 a 90% dos problemas de saúde da população”, diz Adriana.
Acupuntura tem boa aceitação
Em Florianópolis, 60% dos postos de saúde oferecem as chamadas práticas alternativas. Adriana e os colegas usam a acupuntura e a auriculoterapia – aquelas sementinhas colocadas nas orelhas – para tratar de dores crônicas, insônia e estresse. A dona de casa Rosângela Graciano Rosa ganhou qualidade de vida. “Para quem tem dor de cabeça constantemente, dia e noite, medicação não resolve, o que resolve é a acupuntura e sementinhas”, comenta.
Plantas que curam
Para quem pensa que remédio só vem em cartela, existem farmácias naturais, alternativa do posto de saúde, que foi plantada pela própria comunidade e agora está ajudando todo mundo a se tratar. “Na verdade, a gente sabe que 80% das pessoas já usam plantas medicinais e o nosso trabalho aqui é ajustar, então é ver se tá usando a planta certa, a dose, o tempo certo”, comenta Adriana.
“Tô diminuindo bastante a quantidade de remédios, né, porque aliviou bastante minhas dores, minha insônia, né. Está fazendo bastante bem pro bolso também. Que é tudo gratuito é só plantar, né?”, opina a aposentada Lídia Seminiuk.
Médica visita famílias
Quando o paciente não pode ir ao posto, é o posto que vai até o paciente. A doutora Adriana faz essas visitas todas as semanas. “Essa aqui, pra mim, é uma mãe! Ela me atende, qualquer jeito ela me atende, coitada. Essa é uma médica. Deus me livre quando ela sair daqui!”, diz Dona Lídia
Assim como a Adriana, 75% dos médicos e enfermeiros dos postos de Florianópolis são especialistas em saúde da família. Conhecem bem a vida dos seus pacientes. Os filhos até andaram oferecendo um plano de saúde pra dona Lídia, mas ela negou. Ela não quer perder a doutora Adriana.
Nesta família mostrada pelo Jornal Hoje são três gerações. A dona Lídia, os filhos, as noras e agora, os netinhos. “As pessoas confiam muito no nosso trabalho, as pessoas dependem da gente enquanto uma comunidade carente, então eu sei que consigo fazer diferença na vida das pessoas promovendo saúde. Isso é o que me faz acordar todo dia e vir trabalhar”.
Fonte: G1